sábado, 21 de agosto de 2010

O gesto, a palavra, o silencio

Eu falei, disse palavras tantas
e ela não me entendeu.
Gesticulei, e ela permaneceu
em expectativa,
olhando, sem me entender.
Escrevi, mas, nas entrelinhas
as minhas palavras
tinham refúgios
e um mundo vasto de emoções
que ela não conseguia
mensurar os seus limites.
Um dia, porém,
nos encontramos cara à cara,
frente à frente.
Permanecemos um longo tempo
em mudo silêncio
e os nossos olhos
se abraçaram
e as nossas almas
se tornaram gêmeas.
Não há gesto,
Não há palavras,
Não há escrita,
que possa definir
esse momento.
Daí, entendemos,
que não precisamos de artifícios.
É nesse momento,
que descobrimos no silêncio
de cada um,
verdades, até então
desconhecidas.

Zeno Manickan

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