domingo, 22 de agosto de 2010

Rio Canhoto




De onde vens,
não sei!
Atravessas Pernambuco
e penetras Alagoas
para desaguar tranqüilo
na lagoa Mundaú.
Outro dia,
lembro-me bem,
doido, enfurecido,
madrugada a dentro,
sem aviso, sem tempo,
passastes por Lage.
Lembras ?
Lage com gê, Laje com jota.
Lembras ?
Doido varrido, levastes tudo.
Meus amigos, meus parentes,
foi uma cidade inteira !
Os velhos, os moços,
as mães ,as filhas,
os amigos, os inimigos,
sem contar os bichos,
as máquinas, as casas,
os santos das igrejas,
as esperanças, as vidas
as estórias de cada um !
Rio Canhoto,
intruso e temperamental,
a tua fúria,
não tem explicação !
Era dia de São José,
o padroeiro da cidade
e Deus, não acordou o Santo
para que pudesse
proteger o povo !
Rio Canhoto,
São José, Todos os Santos,
tem coisas ,
que a minha inteligência,
não consegue entender !!!

Zeno Manickan

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